segunda-feira, 19 de março de 2007


Loucura

Em versos revelo afetos
Construo palavras sem nexo
Perdidas no sombrio de mim

Demônios e feras libero
Inquietos sentidos escrevo
Perdida no vazio do peito

Meus dedos percorrem caminhos
Meus olhos se fixam no nada
Meus pensamentos fluem assim

Em palavras transformo o som
Da voz infinita que sussurra insistente
Desejos guardados nesse estranho em mim

Meus movimentos internos intensos
Assustam-me a todo pensar
Grito o som dos loucos- prisioneiros sem grades

Procuro um canto escuro
Que cale a voz desse estranho
Me liberte do outro-demônio

Nos versos revela-se o louco
Tatuado nas minhas entranhas
Devorando cada pedaço de mim.

Soraia Maria Lopes Martins

2 comentários:

Poeta impar disse...

Lindo poema...
mas acho q os loucos podem estar em um nivel de percepção de realidade muito acima do nosso, ou como prefiro pensar realmente, eles apenas enxergam essa suposta realidade de uma outra maneira, e vendo mais de perto, cada um ser vivo e humano no caso, ve esse mundo a sua maneira, sendo assim chego a conclusão de q sou louco, pois ninguem vê as coisas como eu vejo, como jamis conseguirei ver o q tu vê nessa imagem, e tu tb es louca...e o melhor é saber q esse louco ou louca q somos não destroi nada a nao ser essa realidade arbitraria q vivemos...
"eu juro q é melhor pensar, viver, fazer q eu sou deus..."

Fláviabin disse...

saudades...